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A mostrar mensagens de dezembro, 2020
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O Segredo da Vida       Ninguém dormiria na aldeia naquela noite.       A inquietação já se fazia sentir há alguns dias, mas, particularmente, nas últimas horas a consternação e o desespero tinham aumentado. Manuel olhava inquieto para toda aquela gente, especialmente para a sua avó que se juntava às vizinhas nos lamentos e na angústia.       Morar na aldeia, ainda que fosse apenas nas férias, trazia-lhe sempre um conforto, uma sensação de liberdade que não sentia noutra altura, fosse pela ausência de horários a cumprir, pela falta de tarefas obrigatórias ou pela sensação de espaço desafogado que tudo em seu redor lhe trazia, mas, naqueles dias, a tristeza e o medo das pessoas habitualmente alegres com a vida, também lhe traziam ansiedade.       Os incêndios lavravam há dias na zona; iniciaram-se noutras aldeias, a bastantes quilómetros de onde estavam, mas os ventos, os infortúnios da vida e, quem sabe, a força ...
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 O "Segredo da Vida" trará o conto do Manuel.  Amanhã, no blog. 
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 Desafio de Ano Novo Tudo tem um recomeço... Tudo tem uma nova história... Que novo conto nos inspira um farol?  À semelhança do Desafio de Natal, convido-vos a serem criativos, a imaginarem que história nos conta este farol...partilhem a vossa ideia, eu escrevo-a em parceria :) Fico à espera das vossas ideias até 15 de janeiro pelo mail: balaodearte2020@gmail.com. Ao participante mais criativo ofereço a tela "O Farol". 
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  O Farol Ergue-se no precipício, Envolto na bruma do mar E conta-nos histórias de pasmar. Sussurra segredos, Dissipa os medos, Imponente e silencioso, Sóbrio e misterioso... O farol se ergue no ar! Sabe de todos um pouco: Daquele que quer regressar, Do enamorado a sonhar, Do desesperado a soluçar, Da gaivota a pairar, Do velho a pescar E do barco a afundar. Só não sabe... Como recomeçar noutro lugar...
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O meu conto de Natal      Dulce era uma miúda tímida, mas bastante criativa; deixava-se cativar pelas brincadeiras dos seus colegas de escola e alinhava nos jogos do faz de conta. Contrariamente a alguns dos seus amigos, adorava ir à escola, fazer os trabalhos de casa e ler.       De duas em duas semanas, a professora primária (nos anos 80 não se falava ainda em 1ºciclo, as escolas eram conhecidas como as escolas primárias, logo os professores eram igualmente professores primários...) levava-os ao velho armário que estava ao fundo da sala, era neste que estavam guardados os livros já gastos que a criançada levava para casa. Havia aqueles alunos que procuravam levar os livros mais finos, aqueles que procuravam os livros que tivessem muitas ilustrações e pouco texto, mas com a Dulce era o oposto: escolhia os livros que, de certa forma, lhe iriam aquecer o coração, pelo que não olhava ao tamanho, mas sim ao título. Nunca se esqueceu da vez em que levou o ...
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  Um sonho de Natal Passos leves... Som abafado... Recosto a cabeça, Leio mais um bocado. Nas páginas do meu livro, Um barco passa... Os pingos ecoam lá fora, E, enquanto, a chuva bate na vidraça Das chaminés sai uma leve fumaça. E chega-se a hora... O momento do ano tão especial: Chega-se o Natal! De novo, mais passos... Um miar que se ouve, Um ronronar que se aguarda. Uma lê, a outra, no cobertor, se resguarda. Assim, ficamos as duas... Naquela noite especial, Num compasso de tranquilidade sem igual, Uma embrenha-se na aventura, A outra num sonho de Natal!
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  Miúdo com asas nos pés...      Tiago era o mais novo de quatro irmãos, talvez por isso estivesse sempre tão solto e livre...      Ricardo nascera seis anos antes de Tiago e viera mudar a vida dos pais. A partir do seu nascimento, passaram a viver permanentemente preocupados, se o filho tinha fome, se tinha dormido o suficiente, se começava a andar na altura certa, se pronunciava todos os sons, enfim, preocupações de pais de primeira viagem que se agudizaram quando nasceram os gémeos.       Ricardo tinha três anos quando os pais trouxerem o João e a Joana para casa. Era uma criança mimada, como tantas outras, pelo que não entendia muito bem porque é que, de um momento para o outro, estavam outras duas crianças na sua casa e ninguém as levava dali! Obviamente não tinha percebido que eram seus irmãos e que não se iriam embora dali, pois, apesar de todas as tentativas para que entendesse, ele teimava em ignorar esse facto. Agarrava-se...
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 Miúdo com asas nos pés... Todos os contos são especiais quando nos tocam no coração e fazem parte da nossa vida... Na próxima quarta, publico um conto que me é particularmente especial.
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  Esperança      Esperança era uma miúda espevitada; embora, a toda a hora, lhe dissessem "tem cuidado", "não faças isso, podes magoar-te...". Esperança era destemida, aventureira e rebelde!      Talvez fosse o facto de não terem conseguido, durante anos, terem o filho tão desejado, que os tivesse tornado tão temerosos da sua menina, de tal forma que os pais de Esperança não pregavam olho, nem acalmavam o coração, sempre que Esperança saía alegre para a escola, para um simples passeio com o seu cão preto ou para encontrar os seus amigos junto à fonte da aldeia...      A sua curta história de vida era já tão repleta de aventuras!!!      Tudo começara quando o casal Caetano não conseguia ter o tão desejado filho...após anos de esperanças em vão, após tratamentos e consultas em tão variados médicos, João e Joana tinham perdido a ideia de ouvirem um riso de criança na sua casa, de se absorverem de preocupações porque a criança...
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 Esperança, a filha esperada... Esperança era uma miúda espevitada; embora, a toda a hora, lhe dissessem "tem cuidado", "não faças isso, podes magoar-te...". Esperança era destemida, aventureira e rebelde! Talvez fosse o facto de não terem conseguido, durante anos, terem o filho tão desejado, que os tivesse tornado tão temerosos da sua menina, de tal forma que os pais de Esperança não pregavam olho, nem acalmavam o coração, sempre que Esperança saía alegre para a escola, para um simples passeio com o seu cão preto ou para encontrar os seus amigos junto à fonte da aldeia... Na próxima quarta, será publicado o conto baseado nas sugestões da Mafalda, na sequência do Desafio de Natal. Parabéns, Mafalda! Obrigada pelo teu contributo para este conto especial! 
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Alberto      Alberto era um rapaz alegre e cheio de energia. Em miúdo, era um regalo vê-lo correr pelos campos de oliveiras e saltitar atrás do seu cão, Farrusco. Depois, teve de se mudar para a cidade, os seus pais arranjaram emprego numa fábrica e Alberto devia prosseguir os seus estudos...Todos na aldeia deram pela falta do seu assobio contagiante mas o que ninguém imaginava era o que estava para acontecer...       Já se tinham passado 18 anos desde que a família Marques se mudara, a falta de trabalho e a necessidade de dar um futuro ao seu filho, levara os pais de Alberto a decidirem-se pela mudança. Muito lhes custou deixar o ar puro das serras, a pacatez de uma vida pautada pelo som da brisa e pelo cacarejar das galinhas que procuravam alimento em cada bicada que davam. Mas, um dia, a decisão não pôde mais ser adiada, tiveram de procurar emprego na cidade, empacotar a sua juventude e seguir rumo a um novo destino.        ...